Mendigando Pixels - por Elinewton de Souza !!

Durante e evolução dos videogames, passamos por muitas fases onde a potência das máquinas e jogos sempre foi determinada por grandezas específicas.No início, foi a quantidade de cores que cada game conseguia nas telas. Em seguida tivemos a batalha dos bits que eram utilizados para separar as gerações de consoles inclusive. Na era dos 16 bits houve a luta entre as produtoras pelos chips com cada vez mais memória pois eram indicadores de que os games eram mais poderosos.

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(Quem não lembra dos números que vinham estampados nas caixas dos cartuchos, mostrando ao consumidor quantos megabytes o jogo ocupava?) Com a chegada dos games em disco, o volume de memória deixou de fazer diferença pois o limite dos discos é padronizado pela indústria. Na era 32bits os consoles atingiram os 24bits de cores ou precisamente 16.777.216 cores possíveis, sendo este o limite do olho humano e números acima disso são inúteis.

Hoje em dia temos uma nova briga, mas desta vez, não entre os desenvolvedores e sim entre os consumidores, que pasmem, chegam a trocar agressões verbais e por vezes físicas, discutindo sobre fatores meramente técnicos que simplesmente não são determinados por eles.

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O que vemos em fóruns e rodas de amigos não são mais discussões sobre os rumos do roteiro, macetes escondidos nos cenários, ou personagens legais que foram destravados quando fechamos os jogos em determinadas condições. Quem escuta uma discussão entre fãs de games hoje em dia, poderia facilmente confundi-los com engenheiros se digladiando sobre os valores de experimentos científicos ou economistas tratando sobre os números da bolsa de valores, dada a quantidade de números e informações técnicas jogadas na conversa.

720p inferior a 1080p que é superior a 900p, mas só se for com 60fps, com uma boa quantidade de AA para assegurar o nível de....etc, etc, etc... Mas o que temos para pensar sobre essa guerrinha de números de hoje em dia? Enquanto nos digladiamos acerca de resoluções e frames por segundo, os jogos que tanto gostamos estão vindo incompletos, quebrados em seus códigos, muitas vezes nos impedindo de completá-los. Antigamente, as resoluções eram menores, tínhamos menos polígonos e texturas mais serrilhadas, mas tínhamos o mais importante, a certeza de um produto impecavelmente completo.

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Hoje em dia, aquilo que deveria estar nos divertindo, como fazia antigamente, está nos causando preocupações do tipo, será que vai travar em algum lugar? Será que vai sair algum patch para corrigir algo? Será que não deveríamos deixar um pouco de lado a resolução e a taxa de frames e pedirmos por jogos completos e sem falhas, que aliás são realmente as obrigações das desenvolvedoras para conosco?

Nas gerações passadas de consoles, recebíamos um produto sempre completo, livre da necessidade de atualizações constantes, sem precisarmos comprar conteúdos por download, etc. Era uma época onde podíamos desbloquear segredos e extras dentro dos jogos através do nosso próprio mérito, seja terminando o game ou completando certas partes em determinadas condições.

Se as empresas precisam adiar seus lançamentos, que adiem, mas que nos entreguem um produto digno do valor pago. Devemos cobrar pela qualidade e integridade do produto que levamos para casa, e deixemos a resolução e o FPS por conta dos departamentos artísticos e técnicos das desenvolvedoras, porque acreditem, eles não baixam esses valores em vão, pois não é do interesse deles mostrar a concorrência valores inferiores. Se um jogo está falho a resposta é simples, não comprem, não aceitem, esperem a versão corrigida e se a empresa se nega a cumprir essa simples regra de respeito, deixemos que a concorrência a engula, simples assim.

Empresas como a Nintendo, SEGA e Square não existem a tanto tempo por nada. São nomes que nos dão confiança em produtos que estão completos. Podem não nos agradar em seus estilos e outros quesitos, mas sempre temos jogos completos. Sempre teremos Slow Downs e os gráficos sempre poderão melhorar. Na verdade é isso que a indústria dos jogos tem feito ao longo de sua história, melhorar sempre. Então, deixemos que eles tenham tempo para desenvolver melhor, para pensar melhor, entregar melhores produtos e por fim venderem melhor.