Vários analistas compartilharam as suas impressões
sobre o Nintendo Switch e opinaram sobre os aspectos que consideram mais
positivos, e, claro, aqueles que acreditam ser os mais negativos, para o
futuro do novo console da Nintendo. Piers Harding-Rolls, da IHS
Markit, considerou que com o preço de venda do console "Ele não é uma compra impulsiva nem é tão barato como os outros
consoles recentes da Nintendo, por isso com esse preço a Nintendo terá
de competir com os consoles já existentes e com os tablets. Como
resultado disso, comunicar os aspectos únicos do Switch, em particular
as possibilidades dos controles Joy-Con, e os seus conteúdos exclusivos
através da publicidade será importante para ganhar peso no mercado.".
Para
Harding-Rolls, "Ao contrário do Wii, este não é um produto que se vá
vender necessariamente de boca em boca, uma vez que a proposta é
relativamente complexa". No caso de Patrick Walker da EEDAR, ele acredita que a Nintendo tem que
trabalhar para conseguir chegar ao grande público e assume que os novos
The Legend of Zelda: Breath of the Wild e Super Mario Odyssey, irão
cativar os fãs veteranos dos jogos da companhia. Para Walker é evidente
que, "O Switch terá um forte lançamento, mas tem objetivos a longo
prazo." Isto porque apesar "do catálogo da Nintendo ser atrativo e
impulsione as vendas iniciais. E apesar do Switch ser atrativo para os
fãs tradicionais da Nintendo com uma disposição inteligente de
lançamentos de grandes séries, o anúncio do preço relativamente alto e o
apoio morno das companhias externas supõe desafios para a adoção do
público geral."
Walker admite que foram confirmados jogos de destaque como o novo
FIFA ou The Elders Scrolls V: Skyrim, mas considera que na apresentação
"houve pouca presença das grandes editoras externas, como a Activision,
Ubisoft, Take-Two, Square Enix e Capcom. Sobretudo para reconquistar o
público em geral, a Nintendo deve mostrar aos consumidores porque é que eles
precisam de um console híbrido, como fizeram com a detecção de
movimentos com o Wii na E3 2005. Apesar do 1-2-Switch ser inovador e
interessante, a sua capacidade para se encaixar no mercado dos jogadores casuais de forma imediata é menos clara do que o Wii Sports
no Wii".
Enquanto isso Lewis Ward, da IDC Research, mostrou-se um
pouco preocupado com o preço do console e considera que faz sentido. De
fato, Ward considera mais relevante "o distintivo paradigma de
controle que, unido à portabilidade do Switch, abrirá novas
oportunidades para a jogabilidade". De fato, ele afirma que o Switch
"levará a jogabilidade dos consoles a novos ambientes que serão
atrativos para muitos jogadores".
No entanto Ward mostrou-se bastante critico quanto ao catalogo
mostrado. "Preocupa-me um pouco a profundidade do catálogo no
lançamento, embora a Nintendo tenha insistido na importância do ritmo, o
que significa que deveremos ver grandes lançamentos ao longo dos meses
de 2017. Neste momento diria que estão em melhor posição para vender do
que com o Wii U.... gostaria de ver mais variedade no catálogo de
lançamento da parte de companhias externas antes da fazer uma previsão
firme sobre como o quanto será melhor a prestação do Switch em relação a do Wii U no seu primeiro ano."
Além disso, Ward vê com bons
olhos o pagamento de uma assinatura para os servidos online, algo que
começará no meio do ano; até lá ele será gratuito. "Gosto que tenham
adotado o modelo de assinatura e estou interessado para ver se fazem
algo materialmente diferente a PlayStation Plus e a Xbox Live, apesar
de até agora não ter visto muitas diferenças".
Para Joost van Dreunen, da SuperData, o mercado digital vai ser ainda
mais importante, e considera que, "A Nintendo está enfatizando o
mercado físico" e destaca que "o sistema de cartões do Switch é mais
baseado no 3DS que no Wii U, o que sugere que a distribuição digital
terá um papel maior na nova plataforma." Dreuden diz que, "Os
consumidores acham que é mais fácil expandir a memória de armazenamento e baixar jogos diretamente para o dispositivo do que ter que levar
todos os seus jogos separado. O desafio aqui para a Nintendo está em
oferecer uma experiência sem problemas na eShop."
Ele acredita
que o catálogo de jogos clássicos em distribuição digital será
importante, "Embora a Nintendo continue a inovar com os seus jogos, para
muitos consumidores os seus jogos clássicos continuam a ser a grande
razão de compra. Dar acesso ao seu catalogo de jogos clássicos ajudará a
impulsionar a adoção do serviço de assinatura do Switch". Para Piers Harding-Rolls ainda deve de se ver se o mercado está
interessado no conceito de consola híbrido, de sala e portátil, que
representa o Switch. "O novo console da Nintendo mostra
uma companhia que está em uma mudança cultural e procura encontrar um
equilíbrio entre o seu negocio tradicional e atrair o novo publico dos
smartphones," explicou ele.
"O formato do Switch personifica
literalmente as tensões que estão em jogo enquanto procura satisfazer o jogador tradicional de consoles da Nintendo e também atrair um novo
conjunto de consumidores que rotineiramente usam os seus dispositivos
móveis, em particular os tablets para jogar. A estratégia de um
dispositivo híbrido como este ainda não foi experimentado no mercado: os
tablets anteriores para jogar que podiam conectar-se ao televisor
tiveram muito pouco mercado, e nem tão pouco tinham o impacto e o apoio
de uma companhia como a Nintendo".
A IHS Markit prevê vendas de 4 milhões de Switch em 2017
"embora estes números possam ser revistos nos próximos dias baseando-nos
na data de lançamento, se for anterior à que tinha sido prevista, e ao
abastecimento de estoque para as lojas durante o ano".
Fonte: Eurogamer
Fonte: Eurogamer