Electronic Arts da Noruega forçando a barra por 'notas altas' para Battlefield 3

É um fato triste que, infelizmente, acontece algumas vezes quando temos superproduções a caminho: as produtoras acabam fazendo uma pressão um pouco enfática demais sobre os jornalistas.



Obviamente, essa pressão existe o tempo todo. O trabalho dos setores de marketing e relações públicas em qualquer empresa, afinal, é tentar garantir que seus jogos sejam bem recebidos. Mas há um ponto em que a pressão deixa de ser um leve incômodo, facilmente ignorado, e se torna algo intrusivo e de mau gosto. E alguns representantes de EA na Europa parecem ter cruzado essa linha no caso de Battlefield 3.

Alguns veículos bastante importantes na Noruega, como o GameReactor, tiveram cópias para análise do jogo negadas. Outros sites que solicitaram cópias para análise do jogo receberam um interrogatório de perguntas capciosas, como:

- O jornalista analisou pessoalmente BFBC2 ou Black Ops?

- Que notas ele deu para esses jogos?

- Qual é a experiência do jornalista com a série Battlefield?

- Ele é um fã de Battlefield?

- Ele é um fã de Call of Duty?

- Ele jogou outros da série Battlefield? BFBC2? 1943? BF2?

- Ele demonstrou empolgação ou preocupações com BF3? Quais?

- Ele jogou o beta? Ele se divertiu ou se sente frustrado com isso?

- Qual é o ponto de vista atual dele em relação ao jogo?

Cada uma dessas perguntas pode parecer inofensiva por conta própria, mas juntas elas deixam claro que a produtora estava tentando filtrar as opiniões sobre o jogo para que ele seja analisado por pessoas que estariam pré-dispostas a dar uma “nota alta” e, de quebra, falar mal de Modern Warfare 3.

Foi uma tentativa de controle tão clara, de fato, que a produtora não negou o fato, nem tentou suavizá-lo. O gerente de marketing da EA Noruega, Oliver Sveen, disse: “Foi um erro humano, um equívoco. Cometemos um erro e pedimos desculpas. Não é algo que deveria ter acontecido ou que se repetirá.”

O pedido de desculpas é válido, mas chamar isso de “erro humano” é um pouco demais. Erro humano pode ser um comunicado à imprensa com erros de digitação. Esse tipo de pressão está mais próximo de um “erro institucional”. Um erro que, em vez de melhorar a imagem do jogo, pode levar a dúvidas sobre a qualidade dele, já que jogos bons conseguem boas críticas por mérito próprio.

Para o registro, o meu pedido por uma cópia do jogo na EA Austrália foi recebido com duas perguntas: Se o meu endereço de correspondência ainda é o mesmo e qual a plataforma de minha preferência.

Fonte: Kotaku BR