Mastercard nega envolvimento em remoções de jogos adultos, mas Valve aponta regra usada por processadores de pagamento !!

A polêmica envolvendo a remoção de jogos adultos na Steam e Itch.io ganhou mais um capítulo. Após a enxurrada de críticas da comunidade - especialmente em relação à censura de jogos LGBTQ+ e títulos com temáticas sexuais ou eróticas -, a Mastercard resolveu se pronunciar e... lavou as mãos.
 
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Segundo a gigante dos pagamentos, eles não avaliaram nenhum jogo nem impuseram restrições a plataformas ou criadores. Em comunicado oficial, a empresa declarou que "permite todas as transações legais" e que não teve qualquer influência nas recentes remoções.

Mas a Valve parece não concordar com essa versão.

Mastercard não falou com a Valve. Mas falou com quem fala com a Valve

Em declaração ao PC Gamer, a Valve afirmou que, mesmo após solicitar um contato direto, a Mastercard nunca respondeu. Quem intermediou tudo foram os processadores de pagamento - empresas que usam a rede da Mastercard para efetivar transações - e os bancos parceiros desses processadores.

E segundo a Valve, essas empresas usaram como justificativa uma regra específica da Mastercard, a famigerada Regra 5.12.7, que diz o seguinte:

"São proibidas transações que sejam ilegais ou que, a critério exclusivo da corporação, possam danificar a reputação da Mastercard ou afetar negativamente suas marcas."

Ou seja: mesmo que o jogo não infrinja nenhuma lei, ele ainda pode ser vetado se, na visão da empresa ou de seus parceiros, afetar negativamente a imagem da Mastercard. Foi com base nessa interpretação que os processadores pressionaram a Steam - e a própria Valve admitiu que, no fim, teve que ceder.

Stripe também tirou o corpo fora

A Itch.io, que também sofreu a mesma pressão, foi forçada a remover vários jogos pagos, embora tenha relistado alguns títulos gratuitos. A empresa revelou que a pressão veio da Stripe, outro grande processador de pagamentos - mas a Stripe, por sua vez, disse que estava apenas seguindo diretrizes de “parceiros bancários não identificados”.

No meio de tantas negativas, só uma organização assumiu responsabilidade: o grupo ativista Collective Shout, conhecido por campanhas religiosas e moralistas contra conteúdo sexual e LGBTQ+. Eles celebraram publicamente o resultado da censura, como se tivessem vencido uma batalha.

No fim das contas, a culpa está no ar… e os jogos somem

Com tantas mãos apontando para todos os lados - Mastercard, Stripe, bancos, processadores, ativistas - fica difícil saber exatamente quem puxou o gatilho. Mas o impacto é claro: jogos adultos e títulos com temáticas queer foram excluídos ou censurados, mesmo sem infringirem nenhuma lei.

A Itch.io já está em busca de novos processadores de pagamento menos restritivos, enquanto a Steam segue pisando em ovos. A comunidade, claro, continua indignada - principalmente pela falta de transparência.

Seja por regra corporativa, pressão de bancos ou medo de “manchar marcas”, o mercado de jogos adultos vive hoje sob a ameaça de uma censura invisível, onde o conteúdo é legal, mas “não é bem-vindo”.

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