Glen Schofield, cofundador da Sledgehammer Games e ex-diretor de títulos como Call of Duty: Modern Warfare 3, Advanced Warfare e WWII, voltou a falar sobre a franquia que ajudou a moldar - e não poupou críticas à atual fase da série.
Em entrevista ao VGC, Schofield afirmou que os jogos recentes da franquia não chegam perto da qualidade dos títulos lançados quando ele ainda estava envolvido na produção.
“Modern Warfare 3 foi o último Call of Duty a ganhar o prêmio de Action Game of the Year, e os outros dois que dirigi foram indicados. Mas agora, você não vê mais isso,” disse o diretor.
Desde que deixou a Sledgehammer em 2018, a franquia passou por diversas mãos - incluindo Treyarch, Infinity Ward e a própria Sledgehammer - com lançamentos como Black Ops Cold War, Vanguard, Modern Warfare II (2022) e Modern Warfare III (2023). Ainda que as vendas continuem altas, a recepção crítica e o entusiasmo dos fãs têm oscilado.
“Vou ser egoísta, mas desde que saí da Sledgehammer, nenhum dos jogos tem sido muito bom. O último [Modern Warfare 3 de 2023] teve nota 50. Eles ainda vendem bem, mas não são tão bons. Não são os mesmos. A Treyarch ainda é muito boa, mas… tive sorte de estar no auge da EA e depois na Activision, fazendo Modern Warfare 3 em 2011.”
Atualmente, Schofield está em um período sabático após deixar a Striking Distance Studios, estúdio que fundou e onde dirigiu The Callisto Protocol, título que acabou não alcançando o sucesso esperado.
O comentário do veterano reacende um debate que vem crescendo entre os fãs: Call of Duty perdeu a alma dos tempos de Modern Warfare 3 (2011)? Será que a franquia um dia volta a atingir aquele nível de impacto e qualidade?
Schofield teme pelo futuro da franquia após compra da Activision pela Microsoft
Glen Schofield afirmou estar “imensamente preocupado” com o futuro da franquia desde que a Microsoft adquiriu a Activision Blizzard. Schofield isse que teme que a cultura e o modelo de gestão da Microsoft possam não se encaixar bem com os estúdios responsáveis por Call of Duty.
“Fico imensamente preocupado, sério, por causa do que está acontecendo com Gears of War, com Halo… entende o que quero dizer? Você olha para a EA, olha para essas grandes companhias, e se pergunta: onde estão os grandes jogos delas? Muitos acabam desaparecendo.”
Schofield acredita que, ao ser “assimilado” por uma gigante como a Microsoft, a Activision pode acabar adotando práticas que prejudiquem a agilidade e a criatividade das suas equipes - algo que, segundo ele, é essencial para manter Call of Duty relevante.
“Infelizmente, quando uma empresa é absorvida por outra tão grande, acaba herdando algumas das suas características. E eu imagino que o sistema de bônus e incentivos em Call of Duty vá mudar - e as pessoas podem não gostar disso.”
Outro ponto levantado por Schofield é a saída de veteranos da série, como Michael Condrey e David Vonderhaar, que ajudaram a definir a identidade moderna de Call of Duty. Ele teme que a ausência desses nomes possa afetar a qualidade e a direção dos próximos jogos.
O ex-diretor já havia declarado recentemente que “nenhum Call of Duty tem sido muito bom desde que saiu da Sledgehammer”, reforçando sua preocupação com o futuro criativo da franquia sob a nova administração.
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