Dark Deity 2 chegou aos consoles com uma responsabilidade grande nas costas. Não só por ser a continuação de um RPG tático indie que conquistou um público fiel, mas também por estrear no Xbox Series X|S e no PlayStation 5, onde a régua do gênero costuma ser bem alta. A boa notícia é que o jogo não só sustenta o que veio antes, como também mostra mais confiança nas próprias ideias.
A história se passa 25 anos após o primeiro jogo, retornando ao reino de Verroa. A paz conquistada no passado agora é só uma lembrança, e uma nova ameaça surge sob o manto de um império “sagrado”. O enredo não tenta reinventar o gênero, mas funciona bem justamente por isso. É política, guerra, legado e consequências. Tudo contado de forma clara, com bons diálogos e personagens que não parecem só peças no tabuleiro. Estilo clássico bem feito.
Mesmo quem nunca jogou o primeiro Dark Deity consegue entrar nesse mundo sem dificuldades. O jogo é independente o suficiente para não deixar ninguém perdido, mas quem conhece o universo vai notar ecos e lembranças do passado espalhados pelo mundo e pelos conflitos do jogo.
Mas no campo de batalha, é onde Dark Deity 2 realmente se solta. O combate tático por turnos exige atenção constante, posicionamento cuidadoso e aquela "leitura de risco". São 20 personagens jogáveis e 45 classes diferentes, o que abre espaço para experimentação quase infinita. Não demora muito para você começar a testar builds, quebrar expectativas e montar combinações que fogem do óbvio.
O sistema de habilidades, com runas, anéis e passivas, reforça toda essa liberdade. Dá pra criar personagens híbridos, adaptar estratégias no meio da campanha e corrigir erros sem sentir que o jogo te pune por experimentar. É um RPG tático que gosta de ver o jogador pensar, não só obedecer fórmulas prontas.
Outro ponto forte é a personalização da campanha. Dá pra ajustar dificuldade, progressão, ordem de recrutamento e até crescimento dos atributos. Isso não só deixa o jogo mais acessível, como também aumenta bastante a "rejogabilidade". Cada nova campanha realmente pode seguir um caminho diferente, tanto nas batalhas quanto nas decisões narrativas.
Mas, é claro, nem tudo é perfeito. Em alguns momentos, os mapas começam a se repetir visualmente, e certos confrontos passam uma sensação de familiaridade maior do que o ideal. A interface também pode parecer carregada demais para quem não está acostumado com RPGs táticos mais densos. Nada que quebre a experiência, mas são pontos que aparecem com o tempo.
No geral, Dark Deity 2 é um RPG tático sólido, confiante e claramente feito por quem entende e gosta do gênero. Ele não tenta competir com produções gigantes, mas entrega profundidade, liberdade e personalidade suficientes para justificar cada hora investida.
Para fãs de estratégia por turnos, planejamento e histórias de guerra com decisões reais, é um jogo fácil de recomendar. Então, Xará, se prepare e vamos a luta.
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