Trevor Longino dá lição na Ubisoft !!

A Ubisoft nos mostrou que não entende o mínimo sobre pirataria ou sobre o mercado de games para PC. O mínimo. Deve ser vergonhoso para o “peões” da empresa, que sabem das coisas, ouvir Stanislas Mettra, o diretor de I Am Alive, dizer que não vai lançar o jogo para PC “porque ninguém compra mesmo.”

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Felizmente, nem todo mundo na história é assim. Trevor Longino, do site Good Old Games (um varejista, por incrível que pareça), tem uma visão mais realista e pragmática da questão.

“À medida que encara a pirataria como o inimigo maligno dos mercado de PC”, disse ele ao site GamersMint, “a indústria perde o foco de duas coisas: primeira, os piratas distribuem jogos melhor do que muitas empresas. Por que mais alguém se arriscaria a pegar malware ou um vírus no seu computador vindo de um torrent, senão pelo fato de que é mais fácil conseguir um jogo através dos piratas do que é pela distribuição tradicional? Certamente há coisas que podemos aprender com quão simples é piratear um jogo em contraste a ter que comprá-lo, instalar o cliente, baixar os patches, patchear o cliente, ativar o produto, ativar o componente online e aí – finalmente! – poder jogar.

“Segunda”, ele acrescenta, “as pessoas pirateiam.”

“Elas fazem isso e você não tem como impedi-las. O que você pode fazer – e o que pesquisa atrás de pesquisa mostra – é criar valor o suficiente na oferta do seu jogo para que as pessoas o comprem mesmo assim. Algumas das maiores fontes de tráfego do GOG.com são de trackers de torrents e sites de Abandonware. E quer saber? O tráfego desses sites se converte em compras em uma porcentagem maior do que a dos visitantes que vêm de buscas diretas do Google. A primeira exposição que essas pessoas têm ao GOG.com vem através de cópias ilegais – eles descobrem que vendemos esses jogos também, acham nossas ofertas tão atraentes que se cadastram e compram da gente.”

Meu primeiro computador, um Commodore 64, veio com uma caixa de jogos piratas. E não passava um dia naquela escola da década de 90 sem que pelo menos um dos meus amigos estivesse “compartilhando” disquetes de 3,5 polegadas. É um problema histórico e sempre será, então fingir que isso só é um grande problema agora, e tentar resolvê-lo usando o falho sistema de DRM ou ignorando o mercado é uma postura derrotista, na melhor das hipóteses, ou dissimulado – na pior.

Fonte: Kotaku