Peter Molyneux abre o verbo !!

Peter Molyneux concedeu uma entrevista sobre os motivos que fizeram ele deixar a Microsoft e seu antigo estúdio, Lionhead, para fundar uma nova empresa e partir para novos desafios. Mas a pergunta é: o que o levou a esta decisão?

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Na entrevista, Molyneux explicou que, basicamente, "a vida ficou chata": "Comecei a receber todos essses prêmios e homenagens do BAFTA e, nossa, quem sabe o que mais? Eu os alinhei em uma prateleira, olhei para todos e pensei comigo mesmo que 'bem, esses prêmios são para coisas que fiz no passado? Eles representam o melhor que posso fazer no momento? Ou eles representam um desafio para algo que eu vá fazer?'", argumentou o designer.

E por isso Molyneux decidiu "se desafiar novamente", formando o estúdio 22Cans, que tem como objetivo reunir 22 funcionários para trabalhar fulltime em novos games e tentar novamente revolucionar a indústria. "A Microsoft chegou a me contactar para tentar uma parceria de publicação [de jogos], mas eu não quis, pois não queria limitar qualquer esforço criativo com qualquer tipo de acordo", disse.

Sobre Milo, que acabou cancelado, Molyneux lamentou, mas disse que entende a situação. "Demorei um tempo para me acostumar com isso. Claro que eu entendi a decisão, de verdade. Não estou reclamando nem nada. Você tem que ser realista sobre essas coisas. Não dá para ficar de luto por meses sobre a morte de alguma coisa, seja de um jogo ou de um membro da família. Mas foi algo realmente difícil de aguentar", revelou.

Mas não foi uma decisão fácil, claro. "O que mais me machucou é que o jogo realmente funcionava. Era maravilhoso, emocionante e falava sobre formar uma relação entre o jogo e o jogador", disse. "Para mim, o Kinect é sobre conectar as pessoas... Eu queria que Milo fosse algo único. Mas eu acho que o mundo - seja o formado por lojas ou executivos de marketing - não estava preparado para Milo", complementou.

Até que Molyneux resolve nos surpreender. "O jogo estava quase pronto. Mas seria difícil para as pessoas imaginar como Milo seria vendido nas prateleiras, ao lado desses violentos jogos de tiro. Talvez agora, que vivemos em um mundo digital, as coisas sejam um pouco diferentes", finalizou.