David Cage e Guillaume de Fondaumiere, da produtora Quantic Dream,
negaram as alegações publicadas na imprensa francesa durante o fim de
semana, onde o estúdio era acusado de ter uma cultura pouco saudável,
incluindo membros da equipe que trabalhavam em demasia, piadas sexistas e
racistas, e que eles como indivíduos tinham tido comportamentos
impróprios com a equipe.

As alegações em questão, citadas pelas publicações LeMonde, Canard PC e Mediapart,
incluem entrevistas com ex-trabalhadores que descrevem a cultura
praticada no estúdio como “tóxica” e que Cage exige longas horas de
trabalho do seu staff e, alegadamente, não escuta o que os membros
da equipe têm a dizer. Além disso, de Fondaumiere é acusado de assediar o staff nas festas
organizadas na empresa. Guillaume de Fondaumiere nega categoricamente essas
acusações. “É absolutamente falso,” comentou. “Nada disso aconteceu em
qualquer evento noturno”.
Cage é acusado de não levar em consideração os sentimentos dos membros
femininos da equipe e, aparentemente, é mencionado internamente como
“Paizinho”, “Deus” e “Rei do Sol”. Os relatos mencionam ainda piadas
homofóbicas e racistas entre as equipes e a gestão. Como resposta incluída no artigo do Le Monde, a dupla disse que foram
“surpreendidos” e “chocados” pelo que classificam como “devaneios” de
antigos funcionários do estúdio, que importa não esquecer ganhou
reconhecimento sobretudo em títulos exclusivos PlayStation, como Heavy
Rain e Beyond: Two Souls.
“Negamos categoricamente estas alegações,” pode-se ler em um comunicado publicado ontem pela Quantic Dream no Twitter.
“A Quantic Dream apresentou uma queixa há vários meses e mais se
seguirão. Convidamos quem estiver interessado a ler a resposta do nosso
Comitê Representativo dos Funcionários e da Saúde e Segurança às
questões enviadas pelos jornalistas antes da publicação. Conduta e
práticas inapropriadas não têm lugar na Quantic Dream”. Uma das áreas das alegações refere-se a várias imagens trabalhadas no
Photoshop que ilustram vários “colaboradores” da Quantic Dream em
posições sexuais. Estas imagens, que no total são centenas, também
contêm várias referências a calão homofóbico e sexista.
“Querem falar sobre homofobia? Eu trabalhei com a Ellen Page, que luta
pelos direitos LGBT,” disse Cage. “Querem falar sobre racismo? Eu
trabalhei com Jesse Williams, que luta pelos direitos civis nos EUA…
Julguem-me pelo meu trabalho”.