Ex-executivo da PlayStation detona jogos como serviço: “São apenas dispositivos de engajamento repetitivo” !!

Em uma nova entrevista, o ex-executivo da PlayStation, Shawn Layden, criticou duramente a atual obsessão da indústria - e da própria Sony - com os jogos como serviço (live-service games). Desde que deixou a empresa em 2019, Layden tem sido uma das vozes mais francas contra esse modelo, e agora ele voltou a dizer o que pensa, sem rodeios.

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Durante uma conversa com o The Ringer, o veterano foi questionado sobre o motivo de a Sony não conseguir emplacar grandes sucessos multiplayer, e aproveitou para desabafar sobre o tema:

“Um jogo como serviço, pra mim, não é realmente um jogo. É um dispositivo de engajamento baseado em ações repetitivas.”

Layden explicou que, na sua visão, um verdadeiro jogo precisa de três elementos fundamentais: uma história, um personagem e um mundo. Ele citou títulos como Horizon, God of War e Uncharted como exemplos perfeitos dessa fórmula.

Já os jogos como serviço, segundo ele, se sustentam em mecânicas que prendem o jogador em loops sem fim, mais preocupados com retenção e monetização do que com narrativa ou criatividade:

“Se você faz um jogo como serviço, basta criar uma ação repetitiva que a maioria das pessoas entenda, permitir comunicação com outros jogadores e esperar que elas queiram fazer isso de novo, e de novo, e de novo.”

Layden ainda alertou que o auge desse tipo de jogo já passou. Segundo ele, as empresas que tiveram sucesso com o modelo descobriram a fórmula há cinco ou seis anos, e hoje é quase impossível repetir o feito:

“É como uma miragem no topo de uma duna de areia. Você corre atrás, mas nunca chega lá. E quando chega, ninguém quer o que você trouxe.”

Com a Sony ainda insistindo em apostar em vários projetos multiplayer - alguns inclusive adiados ou cancelados -, as palavras de Layden soam como um lembrete importante: talvez a indústria precise repensar o que realmente significa criar um jogo “vivo”.

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