Diretor de Clair Obscur: Expedition 33 quer um remaster de Lost Odyssey - “Foi o último jogo que me fez chorar” !!
Se tem um jogo que conquistou o mundo em 2024, é Clair Obscur: Expedition 33. A crítica amou o sistema de batalha, os fãs abraçaram os personagens, e o RPG virou simplesmente o jogo mais indicado da história do The Game Awards. Um feito absurdo.
E conforme o sucesso cresceu, algo curioso aconteceu: a galera voltou a olhar com carinho para os combates por turno. Um estilo que muita gente tratava como ultrapassado, restrito a JRPGs tradicionais ou títulos pixelados. Até estúdios gigantes como a Square Enix tinham migrado para ação completa com Final Fantasy.
Mas Expedition 33 chegou, colocou o pé na porta e disse:
“Calma, gente. Turno ainda tem magia.”
E aí não teve como não lembrar de Lost Odyssey, o último grande RPG com visual realista e combate por turnos no estilo clássico AAA.
Lançado em 2007 no Japão e em 2008 no Ocidente, Lost Odyssey veio num momento estranho da indústria. O Xbox 360 bombava no mundo todo… menos no Japão. A Microsoft precisava desesperadamente de um JRPG forte.
Entra em cena Hironobu Sakaguchi, pai de Final Fantasy, recém-saído da Square Enix. Ele funda a Mistwalker - e entrega Blue Dragon e depois Lost Odyssey, ambos exclusivos do Xbox 360.
Uematsu faz a trilha.
Sakaguchi escreve a visão.
Tudo tinha alma de Final Fantasy raiz.
Mesmo assim, o jogo virou cult: amado por quem jogou, ignorado por quem nem chegou a experimentar. O público ideal estava no PlayStation, não no Xbox.
E entre esses fãs apaixonados estava Guillaume Broche, hoje diretor criativo de Expedition 33.
Broche fala de Lost Odyssey com brilho nos olhos - daquele jeito de quem viveu algo marcante, quase pessoal.
“Para mim, Lost Odyssey foi a última grande aventura de RPG por turnos com gráficos realistas. Os temas eram pesados e muito bem tratados. Foi o último jogo que me fez chorar.”
E faz sentido.
Além das batalhas que exigiam precisão - com os famosos anéis para ampliar o dano - Lost Odyssey traz uma das narrativas mais adultas e profundas já escritas no gênero. Os “Mil Anos de Sonhos”, contos escritos pelo romancista Kiyoshi Shigematsu, são poesia pura, filosofando sobre vida, morte e memória.
Era um jogo grandioso… exatamente quando o mundo não queria mais esse tipo de grandiosidade.
Quando Broche cita inspirações, ele mistura Final Fantasy VIII, Persona, Sekiro e - claro - Lost Odyssey.
O combate de Expedition 33, baseado em timing, nasce justamente dessa tradição. Broche lembra de jogos como:
-
Lost Odyssey
-
Super Mario RPG
-
The Legend of Dragoon
Todos exigem participação ativa do jogador mesmo dentro de batalhas por turno. Nada de “apertar X e esperar”.
Até o estilo narrativo mais maduro e abstrato de Expedition 33 conversa diretamente com a vibe de Lost Odyssey.
Broche é bem direto:
“Pouca gente jogou Lost Odyssey porque ele era exclusivo do Xbox 360. E a crítica da época tratou ele como ‘old school’ de maneira injusta.”
Ele lembra que na época era quase proibido lançar algo linear. Se não fosse mundo aberto, era chamado de “antiquado” - mesmo que o jogo fosse excelente.
Hoje, com Expedition 33 provando que ainda existe fome por RPGs por turnos modernos, Broche diz o que está no coração de muito jogador:
🔄 Uma nova chance? Talvez esteja na hora.“Justiça para Lost Odyssey. Por favor, remasterizem para que mais pessoas possam jogá-lo.”
Lost Odyssey ainda está jogável no Xbox moderno via retrocompatibilidade. E continua forte: combate afiado, narrativa emocionante, trilha incrível.
Mas nunca teve sequência. Nunca teve remaster. Nunca ganhou o reconhecimento que merecia.
Agora que Expedition 33 reacendeu o amor por turnos cinematográficos, talvez seja o momento perfeito para trazer Lost Odyssey de volta - de verdade, para todo mundo.
Seria poético demais o RPG imortal finalmente receber a imortalidade que sempre mereceu.
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