Astro nunca foi só um mascote simpático. Para a Team Asobi, ele sempre funcionou como um laboratório vivo. E segundo Nicolas Doucet, chefe do estúdio, Astro Bot é basicamente o resultado direto de ideias que nasceram lá atrás… mas que simplesmente não cabiam em Astro’s Playroom.
Em entrevista recente, Doucet explicou que o jogo pré-instalado do PS5 serviu como um verdadeiro campo de testes para o DualSense.
“Astro’s Playroom nos deu um ótimo ponto de partida para chegar ao Astro Bot, porque muitas coisas que testamos explorando o DualSense não cabiam no jogo pré-instalado.”
Escolher o que o jogador sente primeiro
A equipe precisou ser extremamente criteriosa. O foco era entender quais sensações deveriam ser imediatas para quem estivesse segurando o controle pela primeira vez. Nesse processo, algumas ideias ficaram pelo caminho. Uma delas, curiosamente, era uma demo extremamente avançado de uma motosserra, em que o jogador podia cortar madeira sentindo tudo pelo DualSense.
Funcionava muito bem. Mas havia um problema.
“Era muito baseado no mundo real. A gente sentiu que não era exatamente o tipo de conteúdo que queríamos. Queríamos algo mais amigável.”
O retorno das ideias, agora com alma sci-fi
Foi durante o desenvolvimento de Astro Bot, já com uma narrativa mais robusta envolvendo a reconstrução da nave-mãe, que a ficha caiu. Aqueles testes “DIY”, cheios de interações físicas que funcionavam perfeitamente com o DualSense, finalmente tinham um lugar.
“Pensamos: espera aí… todas essas interações que funcionaram tão bem, podemos trazê-las de volta. Mas com um toque de ficção científica.”
Esse detalhe muda tudo. Ao tirar o peso do realismo puro e adicionar fantasia, as mecânicas deixam de parecer intimidadoras e passam a ser divertidas, leves e acessíveis - exatamente o DNA de Astro.
Nada se perde, tudo se transforma
Talvez a parte mais interessante da fala de Doucet seja a filosofia por trás do estúdio. Para a Team Asobi, desenvolvimento não é uma linha reta. É um ciclo.
“Sempre existe algo do passado que fizemos e que não se encaixou naquela época. Mais tarde, com novos olhos, mais aprendizado e mais experiência, podemos voltar, ajustar e dar um novo uso.”
Astro Bot, ao que tudo indica, é isso em forma de jogo: ideias antigas, tecnologia madura e uma equipe que sabe exatamente como transformar experimentação técnica em diversão pura. E se Astro’s Playroom já era uma carta de amor ao PlayStation, Astro Bot parece ser o capítulo onde essa carta ganha coração, história e muito mais personalidade.
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